sábado, 16 de agosto de 2008

O dom nas teclas




O tecladista dos Engenheiros do Hawaii, Pedro Augusto, 32 anos, tem muita história pra contar. Antes de assumir as teclas na banda de Humberto Gessinger e companhia, a trajetória do carioca não se resume a um solo na música “Era um garoto que como eu amava os Beatles e os Rolling Stones”. Com 18 anos de carreira, Pedro começou na banda “Baseado em Blues” da qual foi uma vitrine para se mostrar como músico, além de amadurecer. O tecladista concedeu a entrevista por e-mail, de Porto Alegre, onde fazia shows pela turnê "Novos Horizontes", dos Engenheiros do Hawaii.

Pedro como surgiu o interesse pelo piano, teclados? Toca outros instrumentos?
Na minha infância, minha casa era muito musical. Lembro sempre de ser acordado pelo Jazz na vitrola do meu pai nos fins de semana. Noventa por cento dos discos eram de pianistas. Não toco nenhum instrumento que não tenha teclas.

Você ficou vários anos no "Baseado em blues". Como foi essa experiência, no que isso te ajudou na carreira?
Foi minha primeira banda. Aprendi a ser um profissional, ter disciplina. Um grupo na época muito jovem, mas todos com o objetivo de sobreviver da música. A banda ajudou muito ao longo dos anos a me conectar com outros artistas, na época desconhecidos dos grandes públicos. O Baseado em Blues virou uma vitrine pra mim. Eu comecei a ser convidado a participar em outros eventos.

Podemos falar em um blues brasileiro, em um som que é "nosso" apesar das influências estrangeiras?
O blues definitivamente não é brasileiro. Mas, tem gente trabalhando forte no gênero em busca de criar essa liga Blues Brasil. Jefferson Gonçalves gaitista carioca, por exemplo, faz uma conexão entre o sertão e New Orleans como ninguém.

E como foi estar ao lado de Chuck Berry, na turnê de 2002? É uma experiência surreal para um músico, ou não?
Ali foi a prova que tudo tinha dado certo na minha carreira! E apesar de muitas dúvidas em ser ou não um profissional da musica, acabaram quando fui convidado a subir no palco com a maior lenda viva do rock´n roll, Chuck Berry! Foi marcante!

Como você vê o incentivo, seja de gravadoras, projetos culturais para com o blues no Brasil?
O segmento é pequeno. Não se compara o investimento com o nosso universo Pop. Mas sobreviver do blues é possível. São diversos festivais e casas especializadas espalhados pelo Brasil, de norte a sul. Se o trabalho for bom, tem saída. A internet substituiu bem as prateleiras de cds nas lojas.

Como você definiria esse gênero, se é que há "uma" definição?
Amo o blues. Tocar e escutar, mas nunca fui um bluesman, tomar whisk...

Na música "Era um garoto que como eu..." você faz um solo nos teclados agora. A sugestão foi sua de dar uma palhinha de blues numa música "pop"?
Pode crer. Humberto queria mudar o arranjo a maneira de tocar essa canção. Achei que poderia ficar boa se eu fizesse um “boogie woogieno”(estilo de solo) piano. E deu certo!

Fora dos Engenheiros do Hawaii sobra tempo para fazer shows e apresentações com outros músicos? Onde acontecem esses eventos?
Quando estamos em turnê fica inviável trabalhar outras coisas. Nas férias dos Engenheiros do Hawaii tenho tempo pra participar de shows de amigos, gravar, produzir. No momento estou finalizando mais um curta- metragem pro cinema.

Seu trabalho ganhou mais repercussão depois que entrou para os Engenheiros?
Acredito que sim! É um trabalho de grande porte e eu fui bem aceito pela banda e pelos fãs.

Um comentário:

Jara Viegas disse...

noossa, pode tá meio atrasado o comentário, mas eu tinha que comentar. nunca tinha visto uma entrevista com o Pedro Augusto, e sou fã dele pacas. adoorei meesmo! fiquei sabendo de coisas, que nem imaginava.