quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Definições subjetivas entre as linhas

Ela dilacera, arrasa e nos faz chorar. Faz-nos sentir com medo e, de certa forma vazios.
Ele, entretanto passa e não volta mais. Não traz de volta aqueles que amamos.
A outra já vive de extremos e é a corda bamba do equilibrista, pois pode aumentar ou diminuir.
O outro pode surgir do nada e, talvez, ser a salvação para os problemas do mundo. Fonte de inspiração que sobra em alguns e falta em muitos.


Mesmo quando ela aparece nas horas mais impróprias, damos um jeitinho de disfarçá-la.
Apesar de ele não voltar mais, pode ser uma espécie de rota de fuga para o sofrimento. Pode apagar de vez um episódio que não deu certo.
A outra já pode cair da corda bamba, dançar em ritmo lento, brincar de forma descompassada ou inversamente proporcional a razão.
E o outro, cadê?


Pode ser tão complexo quanto ela, a tristeza.
As vezes torna-se mais ser forte mais forte que ele, o tempo. Este passa e se o outro realmente existir, não vai embora mais.
Fica fraco quando leva um tombo ao esbarrar na outra: a saudade.
Complexo, forte, fraco e inesperado. Aqui está o outro que é ao mesmo tempo, sujeito e objeto. Portanto só há esse "outro" se, percebemos dentro de nós a capacidade de amar.

(E basta de devaneios "Hamlet" por hoje)
=DDD

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

O dia que conheci "Renato Russo": um texto sobre a peça!

Foto: Marina Sobrinho(Jey Jey)






Ele sentou na cadeira e começou a tocar o violão. A platéia que já conheceu de cara a melodia arriscou a bater palmas. De olhos fechados ele cantou: “estátuas e cofres e paredes pintadas ninguém sabe o que aconteceu”. As palmas descompassadas aumentaram e para surpresa geral, ele parou de tocar e questionou: “Vocês não sabem bater palma gente?”.
Muitos, sem graça, cessaram as batidas e fizeram silêncio. Outros, mais descontraídos deram gargalhadas e percebendo a surpresa do público, o ator soltou a pérola: “Tudo bem, não é obrigatório bater palma. Mas se baterem, vou marcar com o pé e sigam no ritmo”.
Ele começou a cantar para os pais e filhos ali presentes e as palmas, felizmente, seguiam em uníssono.
Não muito distante do palco, havia uma estudante entre tantos outros jovens e adultos naquele teatro. Não acreditava no que meus olhos estavam vendo. Quem estava ali afinal: era ele mesmo? A roupa era idêntica a que o cara usava nos shows. Shows esses que assiti pelo DVD já que não acompanhei o trabalho dele, por ser muito nova na época para entender que país é esse. Mas o rapaz morreu, oras como poderia estar ali ???
Respondo dando meus parabéns aos atores que nos fazem acreditar, mesmo por alguns minutos que, são de fato, o personagem que interpretam. Mesmo a razão me dizendo que era o ator Bruce Gomlevsky que estava ali eu resolvi, naquele momento, me iludir que estava de cara com o cara! Afinal eram muito parecidos tanto no físico, como no jeito de cantar e falar.
Que sonho! Mas não estava dormindo, os olhos estavam bem abertos para acompanhar cada cena, cada mudança na iluminação e no cenário, além da banda que tocava atrás no telão e que, aparecia em um ato e outro conforme seguia a biografia de Renato Russo no espetáculo.
A "peça-musical" era uma mistura de show com monólogo biográfico. História essa narrada não apenas no discurso do ator, mas de forma implícita na mudança de cenário, quando um cidadão exótico com roupa de couro aparecia no palco trazendo algum objeto que nos fazia viajar no tempo com Renato.
A primeira vista um garoto de 15 anos que amava os Beatles, Bob Marley, Janes Joplin e tantas outras figurinhas do cenário do rock mundial. Na adolescência, as turbulências, o desejo de se isolar de todos na contradição de querer abraçar o mundo com sua música, e acordar com a guitarra, a adormecida geração coca-cola. De repente, viajamos no tempo mais uma vez e ele surpreende a platéia abordando uma moça, que se encontrava na cadeira em frente ao palco.

“Qual seu signo?”- questionou.
“Aquário”.
“E seu ascendente?”
“Que?”, devolveu.
“As-cen-den-te”- devolveu de forma irônica quase soletrando a palavra
“Não sei”- respondeu a jovem, timidamente


Perguntou para várias pessoas, mas ninguém parecia se interessar por horóscopo. Aí o "Renatão" brincou: “Pô ninguém entende de astrologia nessa cidade?!. A música que eu vou cantar pra vocês, eu fiz pra uma amiga que era de Leão e não acreditava nessa história de signo”.
A melodia já fez a platéia reconhecer a música de cara e logo seguia o coro de “Eduardo e Mônica”, apesar de o público esquecer uma parte da letra e Renato chamar a atenção por isso. Porém ninguém ligava mais com os deboches do cantor. Quanto mais ele improvisava, mais o público gostava.
O rapaz foi crescendo e, com ele, novas descobertas: o uso e abuso de drogas lícitas e ilícitas, novas músicas, shows, além de assumir publicamente a homossexualidade. “O cantor é o artista do pão e circo. Somos o contrário da política, apesar de fazer política de um jeito diferente”, alfinetava.
Os holofotes iluminaram os músicos atrás do telão, uma forma de anunciar o recém-formado Legião Urbana.. Engraçado que eu sempre disse, na piada, que um dia iria no show do Legião. E realizei o sonho, mesmo no simbólico, mas tá valendo, pelo menos na intenção.
De repente, garrafas caíam no palco em reprodução a um show que ocorreu em Brasília onde a banda fora vaiada. O vocalista, ao fazer um protesto do protesto disse a multidão: “Estamos do lado de vocês. Não temos culpa do que acontece nesse país louco. A culpa é da ignorância”.
As vaias continuaram e ele finalizou:
“Pára o show, pára o show, vamos embora. A gente não tá aqui para levar garrafada na cabeça”.
Show encerrado e, no outro ato aparece o ator dialogando com a própria consciência, ao se preocupar com supostas vítimas devido a ignorância de um país mesquinho e cheio de problemas. Ele afirma para si mesmo na certeza de que é possível fazer uma arte de massa, que toque o cotidiano das pessoas: questões ligadas a falta de emprego, violência, desigualdade social e o amor. Esse último o rapaz ainda não sabia o que era. Afinal o que era o amor? Teria ele amor próprio?
Entre um telefonema e outro, além de processos movidos contra o Legião devido ao fatídico show do qual morreram fãs em conflitos com a polícia, o cantor descontente com a violência em seu país muda-se para Nova York.
Lá experimenta novas drogas e, conhece Scot, a alma gêmea ianque. Após aventuras, desventuras, paixões súbitas e recíprocas Renato volta ao Brasil, diante do novo cenário político no país: o impeachmente de Fernando Collor. O cantor rompe com Scot, além de reconhecer o filho “Juliano’ a ele mesmo e aos pais. Para emoção geral começa o solo da música "Índios" cantando sobre o ouro roubado e a ilusão de uma amizade perdida.
O tempo foi passando e, o cidadão da roupa de couro preta retorna ao palco e entrega um envelope a Renato. Ele apertou o papel e o “sangue’ que saia dali era a metáfora para anunciar a doença que ele havia pegado: AIDS.
Mais velho, mas ainda jovem ele mostra o desejo de cantar, de não desfalecer em frente ao obstáculo que ameaçava sua vida. O telão mostrava as ondas no mar e muitas pessoas já esperavam ele cantar “Vento no litoral”.
“Drogas e bebidas são armas da solidão, não preciso mais delas”. E ele começa: “de tarde quero descansar, chegar na praia e ver se o vento ainda está forte”, e acena a platéia.

E todos deram adeus a Renato Russo.

Naquela hora eu já quis acreditar que era Bruce Gomlevsky que estava ali. Foi difícil conter as lágrimas. Depois do bis, ele retorna e joga as famosas rosas vermelhas. Cena aquela que eu tinha visto apenas na tv e estava acontecendo ali na minha frente, não era sonho.
O espetáculo acabou e me reuni com alguns amigos para dar um oi e, quem sabe, tirar uma foto com o cara que há minutos atrás nos fez acreditar que era realmente Renato Russo.
Instantes depois ele saiu pelas portas do fundo do teatro e com tímidos “nossa cara, parabéns” Bruce sorriu e conversou com os jovens ansiosos.
Ali ele não era mais o Renato, e nem agia como tal. Já falava com sotaque carioca dizendo que a turnê foi encerrada em Goiânia e, que, no dia seguinte a equipe iria retornar ao Rio de Janeiro. Com as fotos tiradas e autógrafos nas mãos, o bom senso me chamava de volta a realidade. Mas, quem disse que não conheci o cantor do Legião Urbana????Fico me perguntando o que ele iria dizer se visse uma peça dessas lá do outro mundo.
Talvez até já tenha visto e tenha soltado pérolas de ironia ou deboche (como seu cover, ao brincar com a platéia).
Desde já peço desculpas por quaisquer análises precipitadas diante de meu relato leigo. Não pretendo a objetividade aqui e pra não dizer que fui exata, desenho por meio das palavras um coração que bateu mais forte diante de uma realidade tão perto, mas, ao mesmo tempo distante de mim. Afinal o Renato Russo ali não era o verdadeiro, fora baseado nele: são impressões de impressões.
A arte pode nos proporcionar os mais inesperados encontros. É ela que nos faz “viajar” e admirar as pessoas como seres humanos, independente de seus erros e defeitos. E “quem um dia irá dizer que existe razão das coisas feitas pelo coração”?!

Bemmmmmmmm, Renato Russo que o diga! Ou não?!

(Impressões sobre “Renato Russo: a peça”, direção de Mauro Mendonça Filho)

sábado, 16 de agosto de 2008

O dom nas teclas




O tecladista dos Engenheiros do Hawaii, Pedro Augusto, 32 anos, tem muita história pra contar. Antes de assumir as teclas na banda de Humberto Gessinger e companhia, a trajetória do carioca não se resume a um solo na música “Era um garoto que como eu amava os Beatles e os Rolling Stones”. Com 18 anos de carreira, Pedro começou na banda “Baseado em Blues” da qual foi uma vitrine para se mostrar como músico, além de amadurecer. O tecladista concedeu a entrevista por e-mail, de Porto Alegre, onde fazia shows pela turnê "Novos Horizontes", dos Engenheiros do Hawaii.

Pedro como surgiu o interesse pelo piano, teclados? Toca outros instrumentos?
Na minha infância, minha casa era muito musical. Lembro sempre de ser acordado pelo Jazz na vitrola do meu pai nos fins de semana. Noventa por cento dos discos eram de pianistas. Não toco nenhum instrumento que não tenha teclas.

Você ficou vários anos no "Baseado em blues". Como foi essa experiência, no que isso te ajudou na carreira?
Foi minha primeira banda. Aprendi a ser um profissional, ter disciplina. Um grupo na época muito jovem, mas todos com o objetivo de sobreviver da música. A banda ajudou muito ao longo dos anos a me conectar com outros artistas, na época desconhecidos dos grandes públicos. O Baseado em Blues virou uma vitrine pra mim. Eu comecei a ser convidado a participar em outros eventos.

Podemos falar em um blues brasileiro, em um som que é "nosso" apesar das influências estrangeiras?
O blues definitivamente não é brasileiro. Mas, tem gente trabalhando forte no gênero em busca de criar essa liga Blues Brasil. Jefferson Gonçalves gaitista carioca, por exemplo, faz uma conexão entre o sertão e New Orleans como ninguém.

E como foi estar ao lado de Chuck Berry, na turnê de 2002? É uma experiência surreal para um músico, ou não?
Ali foi a prova que tudo tinha dado certo na minha carreira! E apesar de muitas dúvidas em ser ou não um profissional da musica, acabaram quando fui convidado a subir no palco com a maior lenda viva do rock´n roll, Chuck Berry! Foi marcante!

Como você vê o incentivo, seja de gravadoras, projetos culturais para com o blues no Brasil?
O segmento é pequeno. Não se compara o investimento com o nosso universo Pop. Mas sobreviver do blues é possível. São diversos festivais e casas especializadas espalhados pelo Brasil, de norte a sul. Se o trabalho for bom, tem saída. A internet substituiu bem as prateleiras de cds nas lojas.

Como você definiria esse gênero, se é que há "uma" definição?
Amo o blues. Tocar e escutar, mas nunca fui um bluesman, tomar whisk...

Na música "Era um garoto que como eu..." você faz um solo nos teclados agora. A sugestão foi sua de dar uma palhinha de blues numa música "pop"?
Pode crer. Humberto queria mudar o arranjo a maneira de tocar essa canção. Achei que poderia ficar boa se eu fizesse um “boogie woogieno”(estilo de solo) piano. E deu certo!

Fora dos Engenheiros do Hawaii sobra tempo para fazer shows e apresentações com outros músicos? Onde acontecem esses eventos?
Quando estamos em turnê fica inviável trabalhar outras coisas. Nas férias dos Engenheiros do Hawaii tenho tempo pra participar de shows de amigos, gravar, produzir. No momento estou finalizando mais um curta- metragem pro cinema.

Seu trabalho ganhou mais repercussão depois que entrou para os Engenheiros?
Acredito que sim! É um trabalho de grande porte e eu fui bem aceito pela banda e pelos fãs.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Flashes Enecom Rio de Janeiro 2008




Em vez de um texto corrido resolvi dessa vez postar tópicos, ou melhor, flashes de alguns episódios cômicos que ocorreram durante o Encontro Nacional dos Estudantes de Comunicação(Enecom-2008) no Rio de Janeiro. Lembranças que ficaram na memória e deixaram saudades no coração. No final do resumão expliquei o significado de algumas gírias e expressões populares que aprendi por lá...


NÃO É PRA QUALQUER UM:


* Ir(graças aos pedágios) em um "bus lounge", diretamente do Maranhão com direito a videokê, playstation e rodinha de violão


*Esperar o bus lounge em uma curva perigosa com "piados" de gansos como trilha sonora


*Dar um passeio na gávea e de quebra encontrar celebridades no shopping

*Ir, por coincidência, ao velório de dercy gonçalves

*Acompanhar um zero a zero no Maraca( e esperar seis horas por isso)


*Acabar a bateria do busão em pleno Leblon e ver candangos empurrando o ônibus


*Frequentar boates 0800 no estilo "rapa da lapa"


*Tomar guaraná "Jesus"


*Pegar o busão errado e fazer um tour pelas quebradas da zona norte do RJ


*Levar "uma egípicia" do Ney la Torroca na Rodrigo de Freitas


*Tomar café da manhã no meio da praça


*Pedir um edredon na praia e tirar fotos com turistas asiáticos


*Dividir os "canos" de água fria do banheiro com dezenas de congressistas


*Comer pizzas gigantes


*Ver uma cena matrix em plena zona sul do rio da janela do busão- passageiros aplaudindo a "ficção"(foi assalto mesmo)


*Bater papo com senhoras que te confundem com artistas globais


*Ver mochilas desabando na cabeça de pessoas


*Acordar com paródias de Bezerra da Silva para não perder o café da manhã


*Ouvir Bêlisa virar BÉlisa(sotaques fofos)


*Sambar nas culturais


*Caminhar contra o vento para chegar ao MAC(Museu de Arte Contemporânea/Niterói


*Andar no bondinho de SantaTereza


*Subir e descer remessas de degraus do alojamento


*Negociar uma subida ao Cristo Redentor com motoras de plantão


*Dar "egípicias" em gringos na lapa do nipe "mi novio está acá" =/


RESSALVAS:Realmente... não é pra qualquer um!Sinto que as fronteiras desse Brasilzão diminuíram agora. Toda vez que olhar para um cantinho do mapa me lembrarei de todas as figuras que tive o prazer de conhecer! Um viva as diferenças, aos sotaques, as culturas regionais, a cada um que, com seu jeitinho e simpatia contribuiu para meu crescimento, mesmo que a convivência tenha sido por poucos dias(o que valeu para uma vida inteira). A convivência que virou vivência!Beijos especiais a delegação do Maranhão que, com muito carinho, dividiu o busão com toda goianada... Uma prova que arroz com piqui e guaraná Jesus dão uma mistura mais que original!A todos que fizeram meus dias mais felizes:Lembranças de "BÉlisa"Saudades!bjos também a Bahia, Espírito Santo, Sergipe, Pernambuco, Minas, Rio, Ceará, Etc, etc...=D



Traduções:

"dar uma egípcia" foi uma gíria que aprendi com um estudante de Sergipe que significa, no sentido coloquial do termo dar um fora, "tirar" alguém, ignorar uma pessoa.


"culturais"- são as festas que ocorrem durante o congresso.

"Guaraná Jesus"- refrigerante muito popular no Maranhão, tem sabor de tutti-fruti. Segundo os estudantes vende mais que Coca-Cola.


Encontros estudantis também são cultura minha gente.


Vou ficando por aqui, até a próxima!

Nas dunas com "Gisele Bunchen"


O texto abaixo narra sobre uma viagem a Natal, no Rio Grande do Norte, em fevereiro deste ano:


“Cento e dez, 120, 160, só pra ver até quando o motor agüenta”. O bugão seguia todo veloz pela BR 101. Motorista: um potiguar simpático conhecido como Veríssimo. Passageiros: família de turistas goianos mais que empolgados por estarem em uma cidade litorânea. Na lente dos óculos escuros eu avistava o “corgão” no horizonte, todo imponente.
Estava em um município a 2704 km da capital goiana. Denominado de “Cidade do Sol” que é literalmente Natal o ano todo. Lugar onde o astro solar nasce mais cedo, às cinco da manhã e vai embora antes das seis da tarde. Famosa pelas praias limpas e dunas que são motivos de pauta para programas esportivos de televisão.
Já tratei de comer uma tapioca no café da manhã para dar uma “sustância” ao longo dia que tínhamos pela frente. Um passeio de buggy de 44 km, com duração aproximada de oito horas pelo litoral norte potiguar, passando pelas dunas de Genipabu, Redinha, Graçandu,Pirangi, Jacumã e Muriú.
Da BR passamos pela costa e pude notar o contraste do verde no meio da areia. Noventa por cento da vegetação que existe nas dunas é de caju. Fruto famoso naquelas terras, além de ser uma fonte de renda no comércio de castanhas, doces e delícias culinárias. Não é a toa que a região é berço do maior cajueiro do mundo, alvo dos flashes dos turistas nacionais e internacionais.
“Pouca, média ou muita emoção?”, indagou Veríssimo ao se referir à intensidade da velocidade do buggy ao subir e descer as dunas. Paizão optou pela média, antes de eu abrir a boca para pedir sensações mais emocionantes. Mas valeu a pena, numa dessas curvas quase foi embora o chapeuzinho que havia comprado especialmente para aquela ocasião.
No caminho, cercas caídas pelas areia: “querem privatizar nossa natureza”, exclamava indignado, o buggeiro ao se referir a uma briga judicial de uma empresa na região que alega ser proprietária da “obra”. Grande parte do turismo daquela região é comandado por estrangeiros. A força econômica está com eles, já a força de trabalho fica por conta dos nativos.
Ao passar por Graçandu avistávamos um povoado de pescadores. A pesca é fonte de renda de grande parte da população interiorana. Do outro lado da rua, se encontravam sobrados mais sofisticados. Uma rua e, ao mesmo tempo, um abismo social e espacial.
Bem humorado o buggeiro, que não tem um buggy (custam na média de R$ 50.000 e pertencem às cooperativas) virou pra gente e falou: “Os dali são os marajás. Os daqui são os maracujás”.
As risadas foram inevitáveis, mas a piada me motivou ao refletir sobre a população potiguar. Aos olhos de um turista fascinado tudo pode parecer muito belo, mas se não fosse pelo turismo boa parte dos cidadãos ali não teriam uma fonte de renda.
Depois, embarcamos em uma balsa na lagoa de Ceará-Mirim: transporte altamente tecnológico. Um “motorista’ que nos aguardava para levar o buggy ao outro lado da lagoa se gabava do seu artefato tecnológico: “Tá vendo nossa tecnologia gente? Tecnologia de ponta. Ponta de vara”.
Vale ressaltar que, antes que o leitor tenha alguma conclusão precipitada, nosso colega se referia ao remo de bambu da balsa. Mas um dos momentos mais emocionantes do passeio ainda estava por chegar, na lagoa de Genipabu. O bugão fez mais uma parada para foto, mas uma criatura ali me chamou a atenção.
Tinha um jegue no meio do caminho. No meio do caminho tinha um jegue. Um cidadão nos convidou para tirar uma foto em cima dos animais que ali estavam. Disseram que não precisava pagar para tirar uma foto com os bichinhos, mas uma “ajudinha” seria bem-vinda.
Olhei para o jegue com uma coroa de flores na cabeça e fiquei com pena de subir no animal, de tão magro que me aparentava. “Xi moço, ele não agüenta meu peso não”. O rapaz refutou: “Agüenta! E vê se não faz desfeita com a Gisele”.
“Como?”, indaguei ao achar engraçado o nome do jegue, que no meu inconsciente era um “macho”. “Gisele, moça. Gisele Bunchen”. Paizão ficou tão emocionado, que resolveu filmar o momento da filha e esposa andando de jegues pelas dunas de Genipabu.
Naquele instante entendi por que o animal levava tantas flores na cabeça. E lá estava eu, juntinha da Gigele. O rapaz me ajudou a subir no animal (arrumaram também um outro animal para minha mãe) e lá estava nós, fazendo pose para a foto. Mas o bichinho começou a descer para o rumo da lagoa e humor deu lugar ao desespero. O rapaz veio correndo para ajudar e já tratei de descer do bicho danado, que segundos antes eu elogiava, como “gracinha’.
Mais na frente, um outro cidadão com cabelo black-power nos aparece com uma bandeira do Brasil e outra do Rio Grande do Norte. E lá vai a família feliz mais uma vez fazer pose para fotos clichês de turistas. Em vez do “x” saiu um olha o jegue e depois de tirar a foto, o figura falou: “essa aí tem que ir pro orgut hein?”. E viva a tecnologia!
Depois, seguimos para as Dunas Douradas, local onde foi gravado o último episódio da novela “o Clone”. Os potiguares ficam todos “plim-plim”, ao dizer, com orgulho que a locação virou um Marrocos do nordeste.
E parecia mesmo. Um oásis “asiático” em terras brasileiras, e a cor da areia faz coerência ao título do local. Umas pessoas com uns sagüis nas mãos e outros com iguanas nos pediam para tirar mais fotos.
Mais uma vez voltava a refletir sobre a população local, que sempre arrumava uma alternativa criativa para ganhar dinheiro e a simpatia do turista. E lá estava eu com a iguana no ombro, réptil bem mansinho e quieto, ao contrário da afoita Gisele há minutos atrás.
Depois do momento “Jade”, Veríssimo nos levou ao destino mais esperado: os esportes praticados na areia: esquibunda e aerobunda. E isso parece ser mais emocionante ainda quando se tem medo de altura. O segredo do primeiro é o seguinte: você desce com um suporte, mas não pode tirar a mão da areia, senão é tombo na certa.
E lá ia eu, irmão e até o pai se arriscou a ir. Mãezona só filmando, não quis se arriscar a tal audácia. Mais na frente, nos deparamos com o aerobunda. O esquema desse, era o seguinte: você desce de avião, retorna de barco e sobe de trem. O “avião” é quando descíamos pelo suporte da corda até o rio, uma espécie de tiroleza.
Voltava de balsa, com o cara da “tecnologia de ponta” quem não sabia nadar à margem e o trem, era uma mecânica bem curiosa que o pessoal inventou para subir os turistas. Naquele caso, tanto pra subir e descer havia uma ajuda “santa”.
Dali, fomos almoçar e começávamos o retorno ao hotel depois de um dia cheio de emoções e, reflexões. Na volta, Veríssimo voltou ao município de Graçandu para pegar uma carteira que uma turista havia esquecido em uma mercearia. O dono do estabelecimento, devolveu o dinheiro ao buggeiro.
Tinha cem reais na carteira. Fiquei admirada com a honestidade do sujeito. Sorte de nós brasileiros se houvesse muitos engravatados do congresso tivessem a mesma honra de um homem do povo.
Ao voltar ao hotel pedimos desculpa, pela sujeira que deixamos no buggy. “Esquenta com a areia não gente. Se não fosse por ela, a gente tava era tudo desempregado”.
Foi nessa hora que lembrei que, além de turista, era também aspirante à jornalista e as linhas dessa história começam a fluir na minha parte consciente. Seria um passeio a mais. Mas, minha visão mudou depois daquela aventura que virou uma lição como ser humano. A melhor maneira de aprender é viajando!
“E na boca um sorriso que deixei, numa das curvas da highway”, estava eu dias depois fazendo a malas de volta para casa. Na bagagem, uma camiseta com o slogan “Hard Forró Cachaça” e ímãs de geladeira de Lampião e Maria Bonita. E finalizo com uma homenagem à todo aquele povo, que não precisa de muito, em termos monetários para viver. Não é por acaso, que é uma cidade literalmente, iluminada.










Dias dourados( e noites com lembranças)


(Viagem a Dourados, cidade no interior do Mato Grosso do Sul durante o Intercom Centro-Oeste 2008)

É engraçado o modo como se começa e termina um congresso. Ainda mais quando se reúnem estudantes de faculdades distintas (Alfa, UFG, UNB E JK). A goianada (simbólica e geográfica) tinha a certeza apenas do destino da viagem: Dourados, local onde realizaria o Intercom Centro-oeste.
Em um primeiro contato distância total, pois todos ali eram diferentes uns dos outros. Eram histórias de vida que iriam se misturar diante das surpresas que ainda viriam na viagem.
Naquele momento éramos pessoas estranhas e cada um carregava o nome da instituição de ensino como “identidade”. Não tínhamos a noção que aquele distanciamento se transformaria, mais tarde, em um “happy ending”.
Mas não pensemos no fim antes do começo, então malas no bagageiro e pé na estrada. De repente uma “boa” notícia aos desinformadinhos: a ponte do rio que cai, literalmente caiu. Conseqüência? Três horas a mais de percurso. Mas, sem problemas, talvez seja pra isso que existem os ditos desodorantes 24 horas(ou não?).
“Alfa, alfa”, gritavam os colegas da Facomb como um convite para uma comunicação mais recíproca. Acenos eram retribuídos, risos, mas nada além disso. Havia ainda um certo estranhamento, um choque cultural, institucional, ou seja, lá o que impedia uma comunicação mais calorosa entre os estudantes de comunicação.
Horas passadas, banhos tomados e já estávamos na abertura oficial do congresso. A bandinha tocava a abertura da novela das sete, mas ninguém queria saber da cerimônia. “Simbora prum bar”[e não vou nem falar o resto da frase].
Antes de estudantes éramos turistas e tínhamos a informação que havia um barzinho inflamado na cidade. Um tal de Catatau. E lá estávamos andando pelas ruas jurando que conhecíamos cada rua ali. As quadras só aumentavam e o Catatau parecia realmente apenas um nome de personagem fictício.
Mas não perdemos a fé, uma hora a gente chega. E depois de várias paradas para pedir(e checar informações) sobre o rumo a ser seguido chegamos ao local.
Chega o momento dramático: não era possível que aquele boteco seria o tão famoso bar. Um local minúsculo, sem música e sem comida. Pra forrar o estômago apenas skinny e batatas da onda. Mas como as pessoas fazem o lugar, deixamos de lado qualquer tipo de preconceito e decidimos permanecer por ali.
A dona do bar, muito simpática, nos recomendou que ligássemos para uma pizzaria. Vaquinha pra cerveja e pra pizza. Uma opção muito em conta para os esfomiados. Muito barata por sinal: R$ 3,50 pra cada um. Teoricamente, dois pedaços para cada boca (e creu na pizza!).
E retomando a idéia de que as pessoas transformam o lugar por onde passam um milagre ocorreu. De repente, não sabíamos da onde, apareciam estudantes dos mais diversos locais do Centro-Oeste. Abrimos uma roda e começava a apresentação.
Nome, instituição de ensino, orientação sexual e estado civil eram os requisitos para se identificar entre os estudantes. Depois ligaram o som e o caldeirão “bombou”. A “biboca de esquina” se transformou na boca do leão, afinal cada um já tinha saído do seu respectivo quadrado.
A polícia rondou o local, os estudantes se dispersaram, mas ainda continuávamos ali. Teve até trenzinho com “tchu-tchu-á” e um “tchu-tchu” no meio da rua. Irreverência e animação dos nada convencionais estudantes de comunicação. E nada de rótulos. Hehehehe!
Talvez o momento mais interessante estaria por chegar, com a festa para os congressistas, oportunidade para anunciar os contemplados em seus respectivos trabalhos.
Nos anúncios dos vencedores, ótimas surpresas. Só Goiás no Intercom: aplausos mais que merecidos a todos ali que se esforçaram para concretizar trabalhos. A bandeira de Goiás se destacava no meio dos estudantes empolgados e o palco era só nosso. Afinal a festa era nossa! E dá-lhe tchu tchu.
No outro dia, cansados da farra, minutinhos a mais de sono. E cada um para um rumo novamente, uns passeando na cidade, visitando tribos indígenas, e outros no relax paraguaienses.
E como tudo tem um fim chegou à hora da partida. Malas de volta no bagageiro e pé na estrada novamente. Mas, dessa vez com algumas diferenças. Éramos de certa forma, conhecidos uns dos outros. Mais do que meros rótulos da instituição de ensino.
Os estudantes agora brincavam de mãozinha(sem preconceitos), emitiam onomatopéias irreverentes e uma turma se arriscava com uma tal i-m-p-u-g-n-a-ç-ã-o. E creu aos impugnados( e cansaço para o restante da turma que dormia em seus quadrados).
É ainda mais engraçado, a forma como se termina uma viagem. Um desfecho com um c de c-o-n-t-i-n-u-a-ç-ã-o, pois um próximo destino não tão distante nos aguarda. De estranhos a companheiros de estrada: nas fotos a memória de dias dourados e noites com lembranças...

Procuram-se cidadãos


Quem não se lembra do primeiro dia na escola? Da primeira professora, primeiras anotações, desenhos, o velho abecedário, das estrelinhas de parabéns no caderno?
Ao ingressar em uma instituição de ensino, independente de primário, fundamental ou superior inicia-se uma etapa na vida. É a janela que aparece em uma parede opaca. Uma mente que se abre para um mundo novo, onde construímos nossa relação com o outro.
Como afirmava o teórico Emile Durkheim a escola como “fato social” (externo ao indivíduo) tem papel fundamental na socialização de cada um. É nela que desenvolvemos aptidões, conhecemos novos amigos e construímos identidade perante um grupo social exercendo assim a cidadania.
Para muitos é um ambiente opressor onde prevalece uma relação vertical entre professor e aluno. O mestre é um personagem distante que está ali apenas para lecionar: apenas passar um conteúdo, um ato com um fim em si mesmo. A educação não é vista como uma ferramenta de estimular os alunos a “lerem” a realidade à sua volta.
Democrática ou não devemos ressaltar a importância da escola na formação das pessoas, já que a educação é o passo para o conhecimento, a consciência dos direitos e deveres como cidadão, enfim, como nos tornamos uma figura ativa na sociedade.
Como dizia Paulo Freire não basta saber apenas que Eva viu a uva. É necessário entender a posição que ela ocupa na sociedade, em que contexto está inserida e quem lucra com esse trabalho.
Muitas vezes uma cegueira histórica nos impede de compreendermos as raízes das problemáticas sociais: analfabetismo,falta de estrutura e merenda em escolas públicas, baixo salário de professores, greves...
Esses são os fragmentos de uma temática bem maior, que tem origem na formação sócio-política de um país. A falta de uma educação de qualidade é indicio de desigualdade social, o que separa os ditos ricos e pobres. Nas linhas da educação, as entrelinhas dos problemas e desigualdades sociais e distribuição de renda.
Segundo uma pesquisa do PNUD (Programa das Nações Unidas para o desenvolvimento) o Brasil tem regredido na tarefa de garantir que todas as crianças completem o ensino fundamental uma das metas dos “Objetivos do Milênio” que representam uma série de ações sócio-econômicas que os países da ONU se “comprometeram” a alcançar até 2015.
Dados do Ministério da Educação revelam que 53,8% dos alunos que em 2005 ingressaram no ensino fundamental concluirão a oitava série. Em 1997 a taxa era de 65,8% de concluintes.
É claro que, não se pode resumir todo um contexto por meio de pesquisas estatísticas e não se pode tirar qualquer conclusão precipitada, pessimista. Mas por que não nos preocupar com o quadro da educação no Brasil? Em que medida pode ser melhorada?
Às vezes parece batido e inócuo discutir o tema. Uma vertente tão próxima a nós, mas, ao mesmo tempo tão distante por desconsiderarmos sua importância. Em seu sentido mais amplo pode se referir à criação que se recebe em casa pelos progenitores ou responsáveis, pode assumir um caráter adjetivo quando nos referimos a indivíduos que tratam bem as outras pessoas.
Diante das ramificações conceituais que envolvem a educação pergunto a você, leitor, que importância daria a escola, ou que lembranças essa palavra desperta em sua parte (in)consciente.
Muitas respostas podem ter aflorado na sua cabeça. E são essas inquietações, reflexões que precisam ser despertadas na mente de cada um.
Não se deve pensar a educação em um sentido demagógico, como lemas e promessas políticas por aí. Deve-se levar a discussão para um ramo pedagógico, inclusivo, reflexivo, que desperte a consciência de ter direitos e deveres. Surge então uma proposta, uma busca incessante: procuram-se cidadãos.
Cidadãos no sentido mais amplo do termo, que se preocupam com os problemas sociais e como a educação pode ser uma maneira de inclusão. Que tem o discernimento do papel dos políticos em fazer e executar projetos sociais e de cobrar por isso.
E que não nos fechemos em mundos particulares, inócuos e mesquinhos. Afinal ferramentas jamais funcionam sozinhas e não existem por si próprias. E que se abram as janelas do mundo.

A mala no busão

Como o assunto “transporte coletivo” rende pautas e pautas por aí, fiz questão de postar uma crônica sobre um acontecimento que envolveu quatro personagens, em especial a “proprietária” deste blog.


Local? Cidade de Santos. Um dos munícipios que tem o serviço de transporte coletivo mais caro do Brasil: R$ 2,20 a passagem…
Era vinte e nove de agosto de 2007. O big day! Depois de horas esperando no aeroporto de Guarulhos, os ansiosos estudantes de jornalismo partiam para a cidade cujas curvas são muito apreciadas pelo “rei” da música.
Graças aos Santos, tudo ocorreu bem com os jovens até então perdidos, mas altamente encantados( e empolgados por sinal). Depois de duas e horas e meia(percurso Guarulhos-Santos via busão) chegamos na rodoviária da tão esperada cidade.
Como turistas carregávamos malas. E um deles, a autora desta história, levou um equipamento de 21 kg. “Nossa a mala da Bia tem 21 kg”, curtiam os coleguinhas no sentido denotativo da piada… Até aí tudo beleza… O problema é que não pude deixar meu “veículo” no bagageiro do busão, então foi junto comigo mesmo… E como o coletivo tava cheio, o jeito foi ficar na frente.

Umas universitárias, creio eu nativas da região, não escondiam o gostinho de chacota do rosto. Mas tava nem aí, afinallll nenhuma alma viva, fora minha xará, me conhecia naquela cidade. E um viva para a psicologia…Uhulll! Voltando a história: quando um carro pára em local inapropriado a reação de muitos motoristas é buzinar, reclamar e por aí vai… Mas dessa vez foi diferente. Fora o motorista do busão, não havia nenhum outro ali. Éramos passageiros. E realmente éramos de fato. Estávamos naquela cidade, só de passagem…

Um cidadão puxou a cordinha pra descer, mas logo na frente viu o grande obstáculo. Opa, opa PÁRA TUDO.A dona da mala que, até então não estava nem aí(foi-se a paz cintilante) ficou desesperada, procurando uma maneira de retirar aquela Ibiza da passagem. Tentou erguer, mas o peso era muito. Depois de várias tentativas, o carinha deu um salto tão estiloso que superou qualquer filme do Jackie Chan ou Karatê Kid…

Tinha um ninja no busão… E parabéns a todos os girayas que “enfrentam’ o transporte coletivo… Emocionada com a atitude do power ranger tirei forças de onde não tinham( a culpa é da adrenalina) e ergui os 21 kg com toda a força do mundo. Aí é ninjaaa!!! Os risinhos cessaram( bem feito) e a primeira parte do filminho vai acabando por aqui… Daqui uns dias, cenas do próximo capítulo(São Vicente que nos aguarde)… kkkkkkkkk
Moral da história: Se você enfrenta o eixão de Goiânia todo dia parabéns! Talvez você já tenha feito coisas mais impressionantes do que pular malas por aí… Com muita determinação chegamos lá! E um viva para todas as pessoas sensatas e conscientes desse trânsito louco…
Ahh e levar malas grandes em uma viagem tem seus prós e contras! Mas se não fosse meu malão, nosso filme perderia um de seus atores principais. I love my veículo… E meu BiluKazim também. Que saudade… Obs: Palmas aos que tiveram a paciência de ler (mesmo sem compreender) essa história. A autora gosta das entrelinhas. Um jornalista só é eficaz quando atende qualitativamente os interesses de “seu’ público ( pelo menos, aprendi isso na aula do Tonhão/ apesar de a afirmação ser altamente discutível).Obs 2: as redundâncias, lugares comuns, muletas, ecos e demais bodes expiatórios da gramática convencional foram utilizados propositalmente pela autora na narrativa( e nas obs) para relatar o espírito despojado, simples, independente e cômico da viagem… Livro-me-ei aqui de qualquer carga de provincialismo da lingaguem. E chega de encher linguiça!!! Hehehehehe…Vou ficando por aqui. Hasta la vista chicos!!!

***Crônica de um dos acontecimentos verídicos e hilários do Intercom 2007. All rigths reserved!!!!