sexta-feira, 17 de julho de 2009

Diálogos em série

Dorinha, recém-formada em Jornalismo está tranquilíssima em seu quarto quando recebe uma chamada telefônica.
-Alô?!- atende a garota efusivamente.
- Diz aí minha Che Guevara com curvas.
Dorinha já conhecia aquela voz aguda do outro lado da linha. Era Rita, a fiel e tagarela amiga de infância.
- Xi nem vem com Che que estou mais pra Dom Quixote no momento (responde Dora automaticamente).
- Aham. Então você resolveu largar as notícias de jornal para ler romances de cavalaria e sair pelo mundo?! Cuidado viu meu bem, estamos no século XXI te recomendo um carro, uma poupança recheada e um singelo aviso: crime organizado não é moinho de vento!!!
- O que faz uma bacharel em matemática elaborar trocadilhos literários em plena luz do dia???
- Ahh, nada liguei só pra dar um oi mesmo.
- Então tá. A gente se fala mais tarde no MSN então.
- Mas pra que? A gente não mora no mesmo prédio?!
- Pior... Mas por que você não vem aqui então?!
- Preguiça de descer aí.
- Pra descer ou subir, qualquer elevador ajuda (responde Dorinha rindo). Como você mesma falou... estamos no século XXI.
- É, mas o elevador tá estragado!
- Ah, tá fazer o que né?!
- É, fazer o que. Ia recomendar você vir pela escada, mas estão limpando o chão e seu Rocinante pode escorregar.
- Antes um Rocinante do que uma La Poderosa velha e estragada.
Acabam os créditos de Rita e Dorinha fica com preguiça de retornar a ligação. Olha pra tela do computador e vê uma janelinha piscando.
Moral da história: Não precisa estar perto para estar longe e vice-versa.

Um comentário:

Teatro da vida, melodia do destino... disse...

Bê, nao sabia do seu blog, li sobre a viagem à bahia inteira e agora to mergulhando nos outros textos!!